Thursday, November 23, 2006

Longe do Homem, do seu turbilhão
E de todo o vai-vém que a mente arrelia,
Só há um local para onde eu iria
Acalmar os medos e o meu coração.

O som das gaivotas e a ondulação;
Maré meio cheia ou meio vazia;
A límpida água e a areia macia;
Montes rochosos a dar protecção.

Sobre a água, uma névoa constante
E delfins, junto à costa, a saltar
E a nadar numa dança elegante.

Calma e perfeita, esta praia invulgar,
Um paraíso bem perto e distante:
Neblina e mar – que mais desejar?

Marie Curie, "Uma Praia Invulgar"

Friday, November 17, 2006

Estou só.
No escuro.
A tua mão.
Onde está?
Costumavas dar-me a mão.
Mostrar-me o caminho.
Estar sempre comigo.
E agora estou só.
Foste para um sítio que eu não posso alcançar.
Porque não me levaste contigo?
Agora estou só.
Neste mundo cruel.
Neste mundo frio.
Cheio de segundas intenções.
E de falsos amigos.
Vivo todos os dias para um dia morrer.
Para te poder ver.
Amo-te muito.
Quero a tua mão.
O teu abraço.
Mas não estás aqui.
Está quase.
Está para breve.
A vida é breve.
Brevemente viverei.
E brevemente morrerei.
E ver-te-ei outra vez.
Finalmente...
Finalmente...
A tua mão quente outra vez...

by Rei
Ela estava ali. À chuva.
De joelhos no chão, parecia afogar-se na poça de sangue à sua volta. Aproximei-me. Pus-me de joelhos e levantei-lhe a cara. Ela não me reconheceu. Tirei a camisa e rasguei-a em duas, e apertei com força os braços dela, para parar a hemorragia. De repente, comecei a ouvir soluçar. Ela chorava. Não se sentiam lágrimas, a chuva não permitia.
Levantei-a. Apoiada, levei-a até um sítio abrigado, limpei-lhe a cara e abracei-a. "Não interessa o que aconteça, eu vou estar sempre, sempre aqui. Já sou uma boa razão para não desistires de tudo, não?" Ela sorriu, o sorriso mais triste e forçado que já vira. "Obrigada", ela disse. Sei que sentia isso, mas será que serviria de algo? Não sabia o que fazer. Levei-a para minha casa, lavei-lhe os braços e pus-lhe umas ligaduras. Vesti-lhe uma camisa de noite e fui fazer-lhe um chá. Quando voltei, dormia no meu sofá. Sentei-me no chão e fiquei a olhar para ela. Uma cara tão pacífica, tão ingénua, tao feliz. Com uma expressão calma na cara, não parecia uma das pessoas que mais sofria no mundo. E eu... eu não sabia o que fazer.

by Rei

Wednesday, November 08, 2006

Two bees or not two bees

E cá vem o meu primeiro esboço feito hoje. É para um projecto pessoal que está a ser muito importante para mim. Quando saír a público logo "divago" um pouco sobre isso. Podem ver isso aqui ou reparar que as palavras são apontamentos de uma aula de Introdução ao Design de Comunicação e que não estava com a maior atenção à aula. hee hee. Pois bem...

A divagar se vai ao longe!
Fiquem bem!

Tuesday, November 07, 2006

Na minha aula de arte espanhola,
o professor é um anormal.
Pensa que é o john travolta
e veste-se de igual.
Hoje disse que Aljubarrota
foi uma batalha contra os mouros;
ora como eu hoje tava torta
mandei-o pastar com os touros.
Ele nao gostou muito,
e encarnadito ficou.
Pensei: 'Oh... (silêncio) ... caraças!'
Agora tudo mudou.
Ja me tem marcada,
'la portuguesa' que se atreveu a corrigir.
Estou tramada.
Já não há por onde fugir!
Defendi a nação!
Viva o nosso país!
Só que agora estou entalada na porta,
tal Egas Moniz...=)

Sofy, Novembro 2006
(aula de arte espanhola, dps da maior gafe que alguma vez ouvi)
seems no one's home...
and i feel alone...
i go out in the dark
for a walk in the park
the streets are empty
the walk is not long
and i reach the park
finally...
there's a morbid silence
everything is quiet
the wind doesn't flow
something is wrong
what, i don't know
i look at the trees
they seem creepy to me
i enter the park
and they all bend on me
a passage they make
wich i've never seen
where does it take
i don't know
but looks mean
i follow the tunnel
it ends sudently
and what do i see?
a single tree
alone, isolated
an old oak bent on form
but i feel there's more
i feel something's wrong
as i aproach the old oak
i see something weird
there's something hanging from it's branches
and as i look closer
i finally understand
what's hanging in there
is a still, dead man
hanging by the neck
with a note in his pocket
i take it and read it
but i don't understand
seems like a suicide
but it makes no sense
because in the note was writen
"Olev has killed me"
and suddently all is gone
the man, the tree, the park
and then a bright light came up
and i heard
"good morning!"

Miguel Pinheiro, 14 Setembro 2006
"Nightmare Awake"

Friday, November 03, 2006

Mais um colaborador. Quem diria?

Olá pessoal que lê blogs! Depois de uma data de tempo sem escrever nada mas com bastantes desenhos, cá venho ajudar a dirigir um blog em que imagino que o principal ênfase vá para os textos. Não tenham medo, eu também leio bastante (*nice guy pose*). Resta-me esperar que comecem a chegar os mails, os textos e os desenhos para avaliar e publicar. Possivelmente também vão ver uns rabiscos meus, feitos durante as aulas.

Fiquem bem!